Grandes marcas do mundo da moda estão investindo em um novo conceito: “roupas sustentáveis”. Cada vez mais o mercado da moda investe em sustentabilidade com reciclagem de roupas, mas como seria essa reciclagem? A resposta é simples, aproveitando peças antigas, ou “fora da moda”, para elaborar novos modelos, a crise do COVID-19 afetou drasticamente o mercado da moda que, para sobreviver, precisa se reinventar. A preocupação do mundo da moda começou com a pressão de organizações internacionais para reduzir os poluentes em nosso planeta. Sabendo que reciclar e poupar são as palavras do momento, a indústria começou uma adaptação e um desafio: recriar peças com as roupas já existentes. Um dos exemplos mais importantes desse novo conceito foi a premiação do Oscar em 2020 em Los Angeles, nos Estados Unidos (antes da pandemia). Astros do cinema, em especial as mulheres, desfilaram com roupas já “clicadas” em outras edições do evento. As peças tinham ajustes e novos adereços, mas era nítido a reutilização da roupa. Algo que foi visto com bons olhos, especialmente pela imprensa, mostrando que determinado ator ou atriz tem preocupação com a sustentabilidade.
Do Fast Fashion ao Slow Fashion
Certamente você já ouvir falar do termo Fast Food que traduzido para o português, de forma literal, significa “comida rápida”. O Fast Food é a salvação de milhões de pessoas todos os dias, que não tem tempo para ficar esperando refeições mais aprimoradas. Geralmente são lanches preparados rapidamente e você mal conversa com quem está ao seu lado. O Fast Fashion tem um conceito semelhante e aborda a produção em escala de roupas de grandes grifes em países de mão de obra barata. Entre esses países estão a China, Bangladesh e outros países asiáticos. Um frenético sistema de produção em jornadas exaustivas de trabalho, beirando a mão de obra escrava. De acordo com a Organização Mundial do Comércio (OMC) o pequeno país de Bangladesh é o segundo maior exportador de vestuário do mundo, quase 90% da mão de obra são de mulheres que ganham menos de US$ 3 por dia. E, obviamente, nunca terão a oportunidade de comprar uma peça que elas mesmo produzem. Mas essa realidade está mudando. Esse Fast Fashion, alimentado pelos lucros exorbitantes das empresas da moda com mão de obra barata está dando lugar, aos poucos, ao Slow Fashion que éum novo conceito em “consumir moda”. São geralmente empresas pequenas que priorizam a humanização das peças, pensando no reaproveitamento, na preservação do meio ambiente e dos recursos que a natureza oferece.
A pandemia para o mundo da moda
Todos os setores do planeta vão sentir na pele os efeitos esmagadores que a pandemia do coronavírus provocou na economia, no mundo da moda esse impacto talvez seja ainda mais “violento”. Com muitas pessoas apertando os cintos para evitar gastos desnecessários, a compra desenfreada de peças de roupas deve dar lugar a compras conscientes. A população em geral, grande afetada por causa da pandemia, tende a comprar mais produtos essenciais como alimentos e produtos de limpeza. Reaproveitar e estilizar roupas se torna uma opção para muitos brasileiros que por não terem dinheiro, ou para evitar saírem na rua, dão mais “valor” as roupas que já possuem.
Dicas simples
De acordo com a estilista Sarah Machado a pessoa não precisa ser da área da moda para reaproveitar as suas peças. “Qualquer um pode reaproveitar as suas peças com um pouco de criatividade. Essa realidade vem de uma necessidade global, em boa parte por causa do consumo exagerado de bens e de estar sempre na “moda”, explica Sarah. Ela conta ainda que a consciência ambiental deve começar ainda na escolha da roupa em uma loja. “As dicas que eu dou seria já na hora da compra. Comprando peças consideradas atemporais, sem a “cara” da estação, algo bonito e neutro ao mesmo tempo, que você possa usar bastante tempo”, explica a estilista. Há também alguns recursos para tingir e estilizar as roupas que você já possui e estão lá escondidas no guarda roupas, a internet nesses casos é uma grande ajuda. Existem vários vídeos, tutoriais e outras informações que vão te ajudar a pensar em algo para fazer com suas roupas. Para Sarah, mais do que nunca, é essencial que as pessoas repensem a maneira de consumir peças e acessórios. “Eu sempre gostei de ter peças diferentes, peças personalizadas, estar antenada nas tendências, mas não podemos mais virar as costas para a questão do meio ambiente, a população do planeta precisa mudar seus hábitos para que nós consigamos garantir um planeta saudável para as futuras gerações”, finaliza Sarah.
Cursos na área da moda
Para quem quer, assim como a Sarah, saber estilizar suas próprias roupas, existem atualmente cursos profissionalizantes em corte e costura. Para você que nunca cortou um tecido ou para pessoas que já possuem uma noção de costura, um curso é um ótimo instrumento para o aprimoramento de técnicas. O Instituto Mix de Profissões oferece atualmente cursos específicos na área da moda, entre eles os Corte e Costura e o de Modelagem. Ajude o planeta e seu bolso!