A pandemia está sendo difícil para todos, mas, no mundo empresarial, quem está sofrendo particularmente são as mães com crianças pequenas. É o que revela uma recente análise feita nos Estados Unidos por empresas de consultoria ligadas ao mercado de trabalho. Aqui, em solo brasileiro, a realidade não é diferente e, podemos dizer, é até mais desafiadora.
A necessidade de balancear a vida familiar com a profissional, incluindo a convivência no lar, o trabalho doméstico e a educação on-line, está criando momentos de muita tensão e sobrecarga para as mães de forma geral.
Tanto que, segundo esse relatório feito pelas empresas de consultoria, uma em cada quatro mães com emprego (25%) está pensando em reduzir sua jornada de trabalho ou, inclusive, pedir demissão. No caso dos homens, esta situação só representa um problema para 11% dos pais pesquisados.
Mães com crianças pequenas têm mais dificuldades
As dificuldades são maiores para as mulheres que têm crianças pequenas, segundo o estudo. Situação de muitas mulheres principalmente nos países mais pobres onde, geralmente, as mulheres possuem ainda mais filhos e desafios a enfrentar como alimentação, educação, vestimenta e, além de tudo isso, cuidar da casa e do trabalho.
De fato, 76% das mulheres com crianças menores de 10 anos reconhecem que o cuidado dos filhos foi uma das três maiores dificuldades que enfrentaram durante a pandemia, em comparação com 54% dos pais em situação semelhante.
Segundo o relatório, as mulheres têm uma probabilidade 50% maior que os homens de dedicarem pelo menos três horas diárias às tarefas do lar e aos cuidados dos filhos, o que equivale a 20 horas por semana, ou exatamente meia jornada de trabalho.
Mães tiveram que redobrar os esforços com garra e determinação!
As mulheres pesquisadas disseram que outro medo que as assombra decorre da culpa por não alcançar um bom desempenho ou serem julgadas negativamente no trabalho por culpa das responsabilidades em casa (24% delas reconheceram isso, contra 11% dos homens).
A pressão é mais intensa para as mães que ocupam cargos executivos ou de média gerência. Quase três em cada quatro mães com cargos de responsabilidade reconhecem sofrer a síndrome do burnout, ou seja, estão esgotadas.
Além disso, enfrentam até 50% mais probabilidade que os homens de deixarem seu trabalho ou recuarem na carreira profissional, para evitar isso muitos tiveram que redobrar os esforços para conseguir equilibrar tudo.
Empresas precisam humanizar processos e entender o momento
Se há algo que a pandemia está servindo é para nos ajudar a rever coisas, tanto em nível pessoal como profissional. Este exercício deveria ser feito também dentro das empresas, para que as mães e os pais possam desenvolver seu talento dentro das condições pessoais.
O relatório criado pelas empresas de consultoria elencam alguns métodos e meios para tornar a vida das mães menos desgastante neste momento de pandemia e tantos afazeres extras, tornando o trabalho mais “dentro da realidade” e permitindo um fôlego para as colaboradoras.
Metas e projetos realistas para mães de família neste momento
Muitas empresas implantaram ajudas aos funcionários, mas poucas revisaram os níveis de produtividade ou seu nível de capacidade nos objetivos individuais, segundo o estudo.
Isto é especialmente relevante, inclusive nas avaliações do desempenho. Em momentos de confinamento, quando muita gente precisa se envolver na educação dos filhos dentro de casa, nem os pais nem as mães estão em condições de dar 100% de si, e a empresa deve agregar valor à sociedade cuidando de seus empregados.
Aos poucos a realidade começa a mudar com os filhos voltando para a escola, mas esse pensamento de ajuste de realidade deve ser considerado, enquanto toda a nação não é vacinada.
Orientar e ajudar com o estresse emocional
Muitas empresas ofereceram programas de bem-estar ou saúde mental a seus funcionários, mas nem sempre tiveram o uso esperado. Muitas empresas, por exemplo, possuem psicólogos e essa é uma boa hora para esses profissionais ouvirem as mães e o que elas têm a dizer.
A empresa precisa saber qual é a real situação das mães que estão sobrecarregadas, dar apoio, suporte e ajudá-las a enfrentar os desafios extras que a pandemia trouxe. E tão importante quanto escutar, é se comunicar!
Mais do que nunca a comunicação é fundamental dentro das empresas. Um em cada cinco trabalhadores reconheceu não se sentir suficientemente bem informado durante a época mais grave da pandemia. A desinformação abala os estados de espírito, e é preciso conter essa tendência assim que possível.
Neste Dia das Mães, para muitas, será lembrado como uma data marcante! Muitas tiveram que se reinventar para dar conta de tudo. “Reorganizar a vida” com os filhos e o trabalho não é para qualquer um. Elas, com muita força e dedicação se superam a cada novo dia para ir adiante, firmes, fortes e com seus propósitos e convicções. A elas, as empresas devem, mais do que nunca, toda a administração, compreensão e agradecimento!